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Funcionamento de um desfibrilador um guia explicativo

Tempo de leitura: 6 min

 

O que deve reter

  • Um desfibrilhador é um dispositivo médico crucial que administra um choque elétrico para restaurar o ritmo cardíaco normal.
  • Existem dois tipos principais: os DAEs (Desfibrilhadores Automáticos Externos), projetados para uso por não profissionais, e os desfibrilhadores manuais, usados por equipas médicas.
  • O uso correto de um DAE segue passos simples: ligar o aparelho, colocar as pás no peito do paciente, e seguir as instruções de voz do dispositivo.
  • A rápida atuação com um desfibrilhador em casos de paragem cardiorrespiratória aumenta significativamente as chances de sobrevivência.
  • O treino em suporte básico de vida (SBV) e o conhecimento sobre o DAE são fundamentais para salvar vidas em situações de emergência.

 Funcionamento Desfibrilhador

O que é um desfibrilhador e para que serve

Um desfibrilhador  é um dispositivo médico que desempenha um papel vital no tratamento de paragens cardiorrespiratórias causadas por arritmias perigosas, como a fibrilhação ventricular e a taquicardia ventricular.

Estas condições impedem que o coração bombeie o sangue de forma eficaz para o resto do corpo, levando à perda de consciência e, se não tratada, à morte. A função do desfibrilhador é simples e poderosa: administrar um choque elétrico controlado através do tórax do paciente para "reiniciar" o coração e restaurar o seu ritmo elétrico normal.

A intervenção rápida é a chave. Para cada minuto que passa sem desfibrilhação, as chances de sobrevivência de uma vítima de paragem cardíaca diminuem em cerca de 7 a 10%. É por isso que a presença de desfibrilhadores em locais públicos, como aeroportos, centros comerciais, escolas e ginásios, é tão importante. O dispositivo permite que qualquer pessoa, mesmo sem formação médica, possa atuar de imediato até que a ajuda profissional chegue.

Os dois tipos principais de desfibrilhadores

Embora todos os desfibrilhadores tenham o mesmo propósito, eles são classificados em diferentes tipos, dependendo do seu uso e do nível de formação do utilizador.

Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE)

Os DAEs são  os mais comuns e foram concebidos especificamente para serem utilizados por leigos. A sua principal característica é a sua simplicidade de operação. O dispositivo analisa automaticamente o ritmo cardíaco do paciente através de pás adesivas e determina se é necessário um choque. O DAE dá instruções claras e audíveis sobre cada passo, tornando o processo seguro e intuitivo. Este tipo de desfibrilhador é a peça central do que se designa por acesso público à desfibrilhação.

  • Fácil de usar: As instruções de voz e os pictogramas guiam o utilizador passo a passo.
  • Segurança: O DAE só administra um choque se detetar uma arritmia que o justifique.
  • Portátil: São leves e fáceis de transportar, ideais para emergências fora de um ambiente hospitalar.
  • Manutenção mínima: A maioria dos modelos realiza autotestes e emite alertas quando as baterias ou as pás precisam ser substituídas.

Desfibrilhadores Manuais

Estes dispositivos são utilizados exclusivamente por profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e socorristas . Ao contrário do DAE, o utilizador de um desfibrilhador manual é quem decide se um choque é necessário, com base na análise do traçado eletrocardiográfico (ECG) do paciente. Este tipo de desfibrilhador oferece maior controlo e é crucial em ambientes hospitalares onde é possível monitorizar o paciente de forma contínua e precisa.

  • Controlo total: O profissional pode ajustar a energia do choque e escolher o momento exato da descarga.
  • Diagnóstico: Permitem a visualização do ECG, ajudando a identificar o tipo de arritmia.
  • Uso profissional: Exigem um conhecimento aprofundado em cardiologia e ressuscitação.

Tabela comparativa: DAE vs. Desfibrilhador Manual

Característica DAE (Automático Externo) Desfibrilhador Manual
Utilizador Leigos e profissionais de saúde Profissionais de saúde (médicos, enfermeiros)
Decisão do choque Automática, baseada na análise do dispositivo Manual, baseada na interpretação do ECG pelo profissional
Nível de formação Não é obrigatório, mas é recomendado (curso de SBV) Formação avançada em cardiologia e ressuscitação
Local de uso Locais públicos, ambulâncias, consultórios Hospitais, clínicas, unidades de cuidados intensivos
Funcionalidades Análise automática, instruções de voz, choques fixos Monitorização do ECG, ajuste de energia, choques manuais
Custo Geralmente mais acessível para empresas e instituições Mais caro e complexo
 

Uso do desfibrilhador passo a passo (DAE)

O uso de um DAE pode parecer intimidante, mas o processo é surpreendentemente simples e intuitivo. O mais importante é manter a calma e seguir as instruções. Lembre-se, o tempo é precioso.

  • Verifique a segurança do local e a vítima: Certifique-se de que não há perigos (água, eletricidade, etc.) e verifique se a pessoa está inconsciente e não respira normalmente.
  • Chame por ajuda: Peça a alguém para ligar para os serviços de emergência (112 em Portugal) e para trazer o DAE. Se estiver sozinho, ligue para o 112 em alta voz enquanto começa a atuar.
  • Ligue o DAE: Abra a tampa do dispositivo ou pressione o botão de ligar. O aparelho começará a dar instruções de voz.
  • Prepare a vítima: Despeça o peito da vítima. Se houver pelos, raspe-os. Se o peito estiver molhado, seque-o rapidamente.
  • Coloque as pás: As pás vêm com diagramas que mostram a sua colocação exata no peito. Siga as imagens para colar as pás em pele seca e limpa. A maioria dos DAEs tem um diagrama para adultos e outro para crianças.
  • Análise do ritmo cardíaco: O DAE irá instruir para que ninguém toque na vítima. O dispositivo irá analisar o ritmo cardíaco para determinar se é necessário um choque.
  • Administre o choque (se indicado): Se o DAE disser "Choque aconselhado", afaste-se da vítima e pressione o botão de choque, que geralmente pisca. O dispositivo avisará quando o choque for administrado. Se o DAE disser "Choque não aconselhado", não pressione o botão e continue com as compressões torácicas.
  • Continue a reanimação: Independentemente de ter sido administrado um choque, o DAE irá instruí-lo a continuar com as compressões torácicas e as ventilações (reanimação cardiopulmonar - RCP). Continue a seguir as instruções do dispositivo até a chegada da equipa de emergência.

Importância do treino e da manutenção

Embora os DAEs sejam projetados para serem simples de usar, um treino em Suporte Básico de Vida (SBV) e em Desfibrilhação Automática Externa pode fazer toda a diferença. Cursos de formação ensinam não só a usar o DAE, mas também a reconhecer os sinais de uma paragem cardíaca, a realizar compressões torácicas eficazes e a coordenar a ajuda. Saber exatamente o que fazer em segundos críticos aumenta a confiança e a eficácia.

A manutenção dos DAEs é igualmente crucial. Os proprietários devem garantir que as baterias estão carregadas e dentro do prazo de validade, e que as pás estão prontas a usar. A maioria dos DAEs modernos realiza autotestes diários ou semanais para verificar o estado dos seus componentes, e emite alertas visuais ou sonoros em caso de problema.

Acessibilidade e legislação em Portugal

Em Portugal, a lei n.º 9/2009 e os subsequentes diplomas regulamentares estabelecem a obrigatoriedade de instalação de DAEs em locais de grande concentração de público, como aeroportos, estações de comboios, grandes superfícies comerciais e recintos desportivos. Esta legislação  visa tornar a desfibrilhação acessível e aumentar a taxa de sobrevivência em casos de paragem cardíaca fora do ambiente hospitalar.

Além disso, o uso dos DAEs é permitido e protegido por lei, o que significa que qualquer cidadão que atue de boa-fé para salvar uma vida não será responsabilizado por eventuais consequências. Este enquadramento legal incentiva a intervenção por parte do público e reforça a importância da formação e da disponibilização destes equipamentos.