
Cardioversão vs Desfibrilhação: Diferenças essenciais e impacto na formação de DAE em empresa
Sabia que, de acordo com o Observatório Nacional de Doenças Cardiovasculares, as doenças cardíacas continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, com cerca de 30 mil óbitos em 2024? Este dado revela a importância das empresas estarem preparadas para agir em situações de emergência cardíaca, especialmente quando se trata de distinguir entre cardioversão e desfibrilhação.
Esta diferença impacta diretamente a escolha do equipamento, os protocolos de formação e a segurança dos colaboradores. Se é responsável pela gestão de saúde e segurança na sua organização, entender estes conceitos pode ser decisivo para salvar vidas e cumprir com as normas legais em vigor.
Este guia explica, de forma clara e fundamentada, o que distingue cada uma destas intervenções e quais as melhores práticas para a formação empresarial em desfibrilhadores até 2025.
O que distingue a cardioversão da desfibrilhação?
Compreender a diferença entre cardioversão e desfibrilhação é fundamental quando se fala em formação, aquisição de equipamentos e resposta a emergências cardiovasculares nas empresas. Ambas as técnicas têm como objetivo restaurar o ritmo cardíaco, mas aplicam-se em contextos e situações clínicas distintas.
- Cardioversão: É uma intervenção planeada ou programada, realizada maioritariamente em ambiente hospitalar. Utiliza choques eléctricos sincronizados com o ritmo cardíaco para corrigir arritmias como a fibrilhação auricular.
- Desfibrilhação: É uma manobra de emergência para tratar arritmias graves como a fibrilhação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso. O choque é não sincronizado, aplicado imediatamente para salvar vidas em casos de paragem cardiorrespiratória.
Esta distinção tem implicações práticas importantes:
- Só profissionais treinados podem realizar cardioversão devido à necessidade de monitorização e sedação do paciente.
- Desfibrilhação pode ser executada por qualquer pessoa treinada em RCP (reanimação cardiopulmonar) e desfibrilhador automático externo (DAE), sendo a opção indicada no contexto empresarial.
Definição e aplicação da cardioversão
A cardioversão é o procedimento médico realizado para tratar arritmias através de um choque eléctrico controlado, sincronizado com o ciclo cardíaco.
O protocolo inclui:
- Utilização de monitor e desfibrilhador sincronizável.
- Administração de sedação leve ao doente.
- Execução em ambiente controlado (hospitalar ou ambulatório especializado).
- Indicado sobretudo para fibrilhação auricular, flutter auricular e taquicardias supraventriculares.
Definição e aplicação da desfibrilhação
A desfibrilhação cardíaca consiste numa descarga eléctrica não sincronizada, indicada para emergências como a paragem cardiorrespiratória por fibrilhação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso.
- Aplicada imediatamente, sem necessidade de sedação.
- Possível uso de desfibrilhadores automáticos externos (DAE), sem necessidade de monitorização especializada.
- Intervenção recomendada para primeiros socorros no local de trabalho (empresas, espaços públicos, ginásios, etc.).
- Tipos de desfibrilhadores: automáticos (DAE) e semiautomáticos externos.
Impacto na formação empresarial
A correcta distinção entre cardioversão e desfibrilhação influencia a abordagem à formação nas empresas. Treinar colaboradores para responderem rapidamente a emergências cardíacas revela-se essencial para garantir segurança e compliance legal.
Desde a publicação do Decreto-Lei n.º 184/2012, atualizado em 3 de julho de 2023, é obrigatória a existência de desfibrilhador automático externo (DAE) em determinados espaços públicos e empresas com maior risco cardiovascular (consultar: dre.pt/home/-/dre/488860/details/maximized). Garantir o correto manuseio destes dispositivos é, por isso, uma necessidade legal e organizacional.
- Formação em desfibrilhação privilegia a intervenção em situações de paragem cardiorrespiratória, recorrendo a simulações de emergência e uso de DAE.
- Programas de formação em cardioversão dirigem-se a profissionais de saúde e requerem ambiente clínico seguro, não sendo aplicáveis ao contexto geral empresarial.
A capacitação em técnicas de RCP e desfibrilhação tem impacto direto na sobrevivência. Segundo o European Resuscitation Council, aplicar desfibrilhação nos primeiros 3-5 minutos de uma paragem cardiorrespiratória pode elevar a taxa de sobrevivência para mais de 70%.
A nível organizacional, empresas com equipas aptas a atuar em emergências aumentam a confiança interna, reduzem o risco reputacional e promovem um ambiente mais seguro e atrativo para talentos.
Métodos eficazes de formação
- Simulações com realidade aumentada: permitem treinar situações realistas sem risco.
- Prática com DAE de treino: afasta o receio de falhas durante emergências reais.
- Formações presenciais certificadas de RCP e utilização de DAE, reconhecidas pela Direção-Geral da Saúde.
- Reciclagens periódicas, especialmente em empresas com alta rotatividade de pessoal.
Vantagens competitivas para empresas
Ter equipas proficientes em RCP e desfibrilhação representa uma clara vantagem competitiva: reduz o tempo de resposta em caso de emergência, demonstra preocupação efetiva com a segurança dos colaboradores e transmite confiança a clientes e parceiros.
Empresas certificadas em primeiros socorros têm maior capacidade de gestão de risco e podem ver reduzidos os prémios de seguro empresarial em 2025, conforme dados da Associação Portuguesa de Seguradores.
Comparação técnica e a importância das normas
Os desfibrilhadores usados em cardioversão e desfibrilhação diferem nas suas funcionalidades técnicas, complexidade de utilização e exigências de segurança. Nas empresas, a escolha recai sobre os DAE, optimizados para simplicidade, segurança e eficácia em contexto não médico. Cumprir as normas técnicas é essencial para garantir fiabilidade e conformidade legal.
Em Portugal, todos os desfibrilhadores automáticos externos devem obedecer ao Regulamento (UE) 2017/745 relativo a dispositivos médicos, em vigor desde 26 de maio de 2021 (consultar: ec.europa.eu/health/md_sector/new_regulations/overview_pt).
A DGS recomenda que, em contexto profissional, apenas sejam utilizados modelos certificados como o Philips HeartStart, Zoll AED Plus ou Schiller FRED PA-1, devido à sua conformidade com as normas CE e à facilidade de utilização.
Função/técnica | Cardioversão | Desfibrilhação |
Objetivo clínico | Correcção de arritmias programadas | Emergência: paragem cardiorrespiratória |
Tipo de choque | Sincronizado | Não sincronizado |
Ambiente | Hospitalar/ambulatório | Qualquer local (empresa, público) |
Utilizador | Profissional de saúde | Público treinado |
Equipamento | Monitor desfibrilhador | DAE (Desfibrilador Automático Externo) |
Regulamentações e compliance
Segundo o artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 184/2012, atualizado a 3 de julho de 2023, todas as empresas obrigadas a ter DAE devem garantir:
- Instalação de equipamentos devidamente certificados.
- Formação de utilizadores em curso licenciado pela DGS, renovada a cada 5 anos.
- Registo e manutenção permanente do equipamento.
Não cumprir estas exigências pode resultar em responsabilização legal . Assim, investir em formação e equipamentos conformes é obrigatório para empresas em setores de maior risco ou que recebem grande afluência de público.
Benefícios da padronização
- Melhoria da eficácia do treino, facilitando a atualização dos processos.
- Uniformidade nas respostas perante emergências cardíacas.
- Redução de erros pelo uso de tecnologia intuitiva, como DAE.
- Facilita auditorias e inspeções devido à documentação e rastreabilidade.
- Aumenta a confiança dos colaboradores e reforça a reputação da empresa.
Segundo a DGS, empresas que normalizaram protocolos de resposta a emergências e investiram em formação padronizada reduziram em 28% os incidentes graves relacionados com paragem cardiorrespiratória entre 2020 e 2025.
Síntese e recomendações concretas
Reconhecer a diferença entre cardioversão e desfibrilhação é decisivo para empresas que valorizam a segurança, o compliance e a preparação dos seus colaboradores.
Formar equipas para atuar rapidamente em situações de paragem cardiorrespiratória, disponibilizar DAE certificados e seguir as exigências do Decreto-Lei n.º 184/2012 atualizado em 2025 são ações que não só cumprem a lei, mas podem salvar vidas e reforçar a imagem institucional.
- Invista em formações práticas periódicas em RCP e uso de DAE reconhecidos pela DGS.
- Escolha equipamentos certificados, de marcas robustas como Philips ou Zoll, adaptados ao perfil da sua empresa.
- Mantenha registo atualizado das formações e revisões dos dispositivos para garantir conformidade legal.
Lembre-se: empresas diferenciadas pelo compromisso real com o bem-estar dos colaboradores têm vantagem competitiva em mercados cada vez mais exigentes. Quer comparar soluções e obter orçamentos gratuitos para desfibrilhadores ou formação?
Descubra as melhores ofertas em Companeo e compare gratuitamente as soluções adaptadas à sua empresa.
Descubra o guia de compra em Desfibrilhador
-
As vantagens de equipar espaços públicos com desfibrilhadores
-
Legislação em Portugal e o uso de desfibrilhadores nas empresas: obrigações, custos e oportunidades
-
Como elaborar uma RFP eficaz para desfibrilhadores DAE
-
Implementar DAE em redes multi-sítio: quantos, onde e com que SLA
-
Como licenciar o seu Programa DAE empresarial passo a passo
-
Guia completo sobre manutenção de desfibrilhadores