
Onde e quantos DAE instalar em redes multi-sítio
Sabia que, em 2025, 67% dos casos de paragem cardiorrespiratória em locais públicos ocorreram sem acesso imediato a um desfibrilhador automático externo (DAE)? Este dado da Direção-Geral da Saúde demonstra a importância de equipar cada espaço com dispositivos acessíveis e bem distribuídos.
Para empresas com várias localizações ou grande afluência de colaboradores e clientes, implementar uma rede de DAE eficiente pode salvar vidas.
Este guia explica como definir o número certo de equipamentos, onde instalá-los e que níveis de serviço (SLA) garantir, com base nas melhores práticas e nas normas em vigor em Portugal.
A importância dos desfibrilhadores automáticos externos em redes multi-sítio
Contributo dos DAE na cadeia de sobrevivência
Os desfibrilhadores automáticos externos desempenham papel vital no aumento das taxas de sobrevivência em casos de paragem cardíaca súbita, um problema que afeta diariamente milhares de pessoas em Portugal.
Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (Janeiro 2025), a probabilidade de sobrevivência aumenta de 7% para 33% se o DAE for utilizado nos 3 primeiros minutos após o colapso. Este impacto comprovado insere-se na chamada cadeia de sobrevivência, que integra: reconhecimento precoce, ativação dos meios de socorro, suporte básico de vida e desfibrilhação rápida.
Com DAE imediato | Sem DAE |
---|---|
Taxa de sobrevivência até 33% (SPC, 2025) | Taxa de sobrevivência 7% (SPC, 2025) |
Benefícios práticos para organizações multi-sítio
No contexto das empresas com múltiplas localizações – como grandes superfícies comerciais, hotéis, parques empresariais ou instituições com vários edifícios – a presença de um desfibrilhador externo representa ganhos concretos em segurança e responsabilidade social.
Em 2025, a empresa Valoriza, com 15 pontos de atendimento em Lisboa e Porto, investiu em DAE e reportou uma redução de incidentes letais e uma valorização reputacional junto de clientes (fonte: Relatório de Sustentabilidade Valoriza, março 2025). Além do impacto humano, reforça o cumprimento das obrigações legais e assegura maior tranquilidade aos colaboradores e visitantes.
Dados e estatísticas atuais
O número de DAE em espaços públicos e privados em Portugal aumentou 45% entre 2020 e 2025 (fonte: INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, relatório de fevereiro 2025). Este crescimento foi impulsionado por legislação mais exigente e pela consciência crescente sobre a importância da cadeia de sobrevivência. Áreas empresariais, centros comerciais e infraestruturas desportivas são atualmente as zonas de maior procura e implementação.
Planeamento estratégico para a implementação de DAE
Quantos desfibrilhadores são necessários?
A definição do número de desfibrilhadores automáticos externos adequados depende de vários fatores:
- Número de ocupantes: Recomenda-se um DAE por cada 200-250 pessoas presentes simultaneamente, segundo a Direção-Geral da Saúde (Circular Normativa n.º 004/2024, atualizada em 12 de janeiro de 2025).
- Dimensão física: Para áreas superiores a 5.000 m², convém garantir pelo menos dois DAE por piso, permitindo que a distância até ao equipamento nunca ultrapasse 100 metros.
- Tipo de utilização: Espaços de circulação intensa (aeroportos, centros logísticos, fábricas) justificam uma densidade superior de dispositivos por área. Em 2025, o Complexo Empresarial Alverca optou por instalar 1 DAE por cada 150 colaboradores, em função da dispersão dos edifícios.
O recurso a simuladores de risco (disponíveis junto das entidades certificadoras) permite ajustar os cálculos à realidade de cada instalação.
Seleção dos locais ideais
Escolher onde colocar cada desfibrilhador externo exige uma análise do fluxo de pessoas, dos pontos críticos e da acessibilidade:
- Pontos de grande trânsito: Entradas principais, zonas de restauração, receções e corredores centrais são privilegiados.
- Proximidade ao risco: Instalar DAE próximos a ginásios, depósitos de maquinas, linhas de produção e zonas técnicas reduz o tempo de resposta.
- Acessibilidade 24/7: Os dispositivos devem estar facilmente visíveis, sinalizados e acessíveis a todos os utilizadores (Regulamento DAE, Decreto-Lei n.º 188/2009, art.º 8.º em vigor a partir de 1 de dezembro de 2024).
Ponto recomendado | Justificação |
---|---|
Entrada principal | Facilidade de acesso para visitantes e pessoal |
Zonas de refeitório | Grande concentração de pessoas nos intervalos |
Ginásios/salas de exercício | Maior incidência de episódios cardíacos |
Corredores centrais entre pisos | Permite resposta rápida em vários pontos |
Exigências legais e normativas
Em Portugal, o regime legal para instalação e utilização de desfibrilhadores automáticos externos está estipulado no Decreto-Lei n.º 188/2009 e alterado pela Lei n.º 48/2019 e pela Portaria n.º 258/2023 (última atualização a 1 de janeiro de 2025). É obrigatório em espaços públicos e privados de acesso público com ocupação superior a 1.000 pessoas ou em determinados estabelecimentos (art.º 2.º). Além disso, a implementação obriga à manutenção regular, registo junto da Administração Regional de Saúde e formação certificada para operadores (fonte: Portal da Saúde – DGS).
Gestão e manutenção dos DAE com SLAs adequados
Estabelecer SLAs eficazes para DAE
Para garantir a eficácia da cadeia de sobrevivência, é imprescindível definir SLAs – acordos de nível de serviço – rigorosos na operação dos DAE .
Um SLA robusto inclui:
- Inspeções visuais semanais para verificar estado do dispositivo e sinalização
- Testes mensais de bateria e autodiagnóstico, com registo digital (recomendação da Comissão Europeia, Documento Técnico de março 2025)
- Substituição de elétrodos e baterias conforme validade – normalmente 2 a 5 anos, dependendo da marca (Zoll, Physio-Control, Philips – consultar fichas técnicas de 2025)
Empresas de facilities management, como a ISS Facility Services, oferecem contratos de manutenção por 12 a 24 meses, desde 35 €/mês/equipamento, garantindo compliance total (valores de referência – Tabela ISS Portugal, março 2025).
Formação e treino do pessoal
Embora os DAE sejam automáticos, a legislação exige que as empresas promovam formação regular para equipas-chave . Segundo o artigo 17.º da Portaria n.º 258/2023 (atualizada em 2025), o pessoal designado deve frequentar, a cada 2 anos, curso de Suporte Básico de Vida com DAE, ministrado por entidades reconhecidas pela DGS. Programas como os desenvolvidos pela Cruz Vermelha Portuguesa custam entre 70 € e 120 € por formando (preçário 2025). O treino regular aumenta a confiança no manuseamento e reduz erros críticos durante emergências.
- Critérios de escolha para formação:
- Certificação reconhecida pela DGS
- Atualização periódica
- Simulações práticas adaptadas ao contexto da empresa
Monitorização e atualização tecnológica
Dispositivos modernos integram sistemas de autodiagnóstico e alertas automáticos (via SMS/email) em caso de falha, reduzindo o risco de inutilização por falta de inspeção.
Em 2025, marcas referência como Physio-Control e Zoll disponibilizam aplicações para monitorização remota do parque de DAE (com custos desde 15 €/mês por dispositivo segundo a Tabela Physio-Control Portugal, janeiro 2025). Manter software e hardware atualizados assegura conformidade com novas normas técnicas e maior fiabilidade em situações reais.
A reter
A implementação estratégica de desfibrilhadores automáticos externos em redes multi-sítio é indiscutível para garantir segurança e proteção em ambientes empresariais. Neste processo, é essencial calcular corretamente o número e a localização dos DAE, integrando-os nos principais pontos de circulação e risco.
O cumprimento rigoroso das exigências legais (Decreto-Lei n.º 188/2009 e Portaria n.º 258/2023) e a definição de SLAs sólidos, aliando manutenção preventiva e formação periódica, são determinantes não só para salvar vidas mas também para mitigar responsabilidades legais. As empresas que investem em soluções de monitorização tecnológica e atualização contínua maximizam a eficácia dos seus equipamentos e agilizam respostas em cenários críticos.
Para maximizar benefícios, recomenda-se:
- Mapear detalhadamente os riscos e fluxos dos diferentes edifícios
- Assegurar contratos de manutenção e auditoria regulares
- Promover cultura de formação e treino contínuo
Estas práticas, comprovadas por dados de 2025, são fatores críticos para o sucesso de políticas de saúde ocupacional e valorização da responsabilidade social.
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